Ainda devemos devolver o Dízimo? Em nossos dias ainda existem muitas dúvidas quanto a essa pergunta, pois muita gente questiona tanto quanto a necessidade como a quantidade de Dízimo para devolver.
Infelizmente, com o crescimento no número de denominações religiosas que tem pregado a Teologia da Prosperidade, o Dízimo já está sendo trocado por Trízimo ou outros nomes que signifiquem valores mais elevados.
Por outro lado, também tem aqueles que ou diminuem o percentual do dízimo, ou simplesmente negam a necessidade de devolvê-lo.
Sobre essa questão então, vamos tecer alguns comentários para esclarecer sobre a necessidade ou não de ainda precisarmos devolver essa porcentagem de nossos lucros à Deus.
Tópicos
O que é Dízimo?
A palavra Dízimo vem do hebraico Maaser e significa 10% o mesmo significado se usarmos a palavra Dekate da língua grega. Na Bíblia encontramos diversas citações com respeito ao Dízimo que Deus pede de volta como sinal de obediência a Ele.
Precisamos entender que tudo o que temos não nos pertence, seja a nossa vida, nossa família e até mesmo os nossos bens.
Muitas pessoas insistem em se gabar de terem conseguido grandes posses na vida, menosprezando com isso, os menos afortunados, mas o que essas pessoas não entendem ou simplesmente não aceitam é que não somos nada sem Deus, pois dependemos dEle para tudo nessa vida.
Como prova de fidelidade então e reconhecimento por tudo o que Ele nos oferece, devemos devolver-lhe apenas 10% de tudo o que Ele nos pede e ainda vai nos sobrar 90%.
O Dízimo no Velho Testamento
Ainda devemos devolver o Dízimo? Ou não? Em nossos dias existem grandes controvérsias (de muitos cristãos), porém devemos nos apegar, por exemplo, ao livro de Malaquias capítulo 3 verso 10 quando o próprio Deus diz:
“Trazei todos os dízimos a Casa do Tesouro, para que haja mantimento na Minha casa e provai nisso, diz o Senhor dos Exércitos se Eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênçãos sem medidas”
Ainda no tocante aos dízimos, um pouco antes no verso 8 Deus diz que o homem o rouba nos dízimos e nas ofertas, por isso, para quem ainda tem dúvidas sobre a devolução do dízimo, a resposta é que precisamos sim devolver o dízimo.
O Dízimo no novo Testamento
Cristãos contrários a devolução do Dízimo aproveitam o texto de Mateus 23:23 como pretexto para combater essa prática pelas igrejas. Vejamos o que esse texto nos diz:
“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas“.
Nesse texto, o próprio Jesus Cristo é quem repreende os escribas e fariseus, pois eles preocupavam-se em devolver os Dízimos sim, mas faziam isso, para serem bem vistos na sociedade. Porém, quando a atenção deveria ser voltada para os pobres e desamparados que também precisavam de ajuda, esses hipócritas com bem disse Jesus, voltavam-lhes as costas porque não acalentavam o amor pelos desafortunados.
No livro de Mateus 22:21 Jesus Cristo mesmo falou que devemos dar a Cesar o que é de Cesar (governo) e a Deus o que é de Deus, mostrando aos ouvintes que temos dever tanto com Deus como o governo pagando os impostos como é cobrado.
2 Corintios 9:7, Dê conforme o seu Coração?
O texto de II Coríntios 9:7 leva muitas pessoas a acreditarem que podem dar apenas o que desejarem segundo o coração, sem a responsabilidade de cumprir com a devolução dos 10% pelo Dízimo. Porém, essa é uma interpretação bem errônea dessa passagem, vamos a ela:
“Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria“.
Esse verso não tem nada a ver com a quantidade e sim com a qualidade do que será dado ou devolvido. Podemos ver que o apóstolo Paulo nesse texto estava preocupado com o sentimento dos fieis que iriam devolver seu Dízimo ou Oferta.
A intenção de Paulo nesse verso era mostrar aos fieis que eles deveriam fazer tudo com amor, não com tristeza e nem com a ideia de uma barganha como aqueles que pretendem devolver o Dízimo apenas para receber mais da parte de Deus.
Razões para Ser Dizimista
Não podemos barganhar com Deus acreditando que por devolvermos o Dízimo vamos poder pedir tudo o que queremos que Ele nos atenderá. A razão para que devolvamos o que Ele nos pede de volta é apenas a demonstração de nossa fidelidade Àquele que nos criou, nos mantém e está disposto a nos dar o que precisamos e não o que queremos.
Além disso, Ele é o dono de tudo, nós apenas os administradores (não os destruidores) assim como Deus ordenou a nossos primeiros pais no Éden que cultivassem e guardassem o jardim edênico (Gênesis 2:15).
Assim, os Israelitas no passado foram ensinados a adorar a Deus com o Dízimo (10%) de tudo o que produziam e o patriarca Abraão também tinha esse costume (Gênesis 14:18-20).
Mas não são apenas os Dízimos que causam controvérsias, também tem as Ofertas que são mencionadas na Bíblia como um dever para os cristãos. A diferença, nesse caso é que a Oferta é voluntária, ou seja, a decisão do quanto será dado é individual de acordo com a vontade de cada um.
Passagens como Êxodo 36:3, Deuteronômio 16:17 e I Coríntios 16:2 apontam para essa necessidade.
Dessa forma, enquanto o Dízimo aponta a nossa fidelidade para com Deus, as nossas ofertas voluntárias revelam a nossa gratidão (II Coríntios 9:5).