O tapete Salat de oração assim como os demais tapetes confeccionados pelos povos islâmicos tem uma importância muito grande na cultura e na religião desses povos, e isso é válido desde o começo de sua história, que começou ainda com o povo Nômade que aprendeu a arte da tecelagem para confeccionar tapetes com detalhes riquíssimos.
Ainda no período em que migravam de uma região para outra vivendo como verdadeiros nômades, o tapete era considerado a única peça de decoração no interior das tendas, servindo para proteger do frio e até mesmo como local de repouso para cada pessoa.
Hoje ainda, sabemos que os islâmicos conservam muitas tradições que tiveram origem na sua origem, e o que é mais sagrado para eles, a oração, não pode ser feita sem que eles estejam sobre o tapete, pois estar sobre o tapete de oração, estando longe de uma Mesquita é como se estivesse dentro dela mesmo assim.
Além disso, como sabemos, o muçulmano deve orar 5 vezes ao dia, e em cada oração ele precisa estar limpo, purificado, porém, por estar em transito, isso, nem sempre é possível, mas o fato de ter seu tapete com ele, basta encontrar um local limpo para estender seu tapete, colocar-se de joelhos em cima dele e poderá fazer a oração sem problemas.
Por isso, por onde anda um muçulmano, com ele vai o seu tapete de oração, muito bem cuidado para servi-lo 5 vezes todos os dias.
Devido a forma como esses tapetes são trabalhados eles tem um valor muito alto, mas mesmo assim, são buscados a todo o custo especialmente pelo povo europeu, e mesmo com as muitas indústrias de tecelagem fabricando os tapetes em larga escala para torná-lo mais barato, ainda assim os modelos confeccionados artesanalmente são os mais cobiçados.
Desses tapetes, os mais valiosos são os fabricados pelos persas, que contém até 40.000 nos por decímetro quadrado. Esses tapetes oferecem desenhos com detalhes florais, motivos de caça, plantas, animais e diversos motivos geométricos, sempre com um fino acabamento.
A partir do momento em que os islâmicos passaram a ter um local fixo para viver abandonando a vida nômade, tapetes feitos de seda, brocados e lã, passaram a ter papel importante na decoração de castelos, palácios e também nas Mesquitas, onde até hoje são usados como apoio aos fieis que chegam ao templo para orar em sinal de reverência e purificação.
Além disso, eles também passaram a decorar capelas funerárias, e a partir daí, uma obra de arte que era destinada apenas para atender a família islamita, sem grande interesse comercial, passou a ser cobiçada pelo povo europeu que se tornou um grande cliente no comércio desses tapetes feitos artesanalmente.
Pelo que se sabe da história, nos primeiros tempos da chegada desses tapetes na Europa por volta do século XIII, o povo europeu valorizava-os tanto que não usavam eles no chão como teria que acontecer, mas para conservá-los colocavam-nos em cima da mesa ou sobre baús que serviam de assento.
Pelo menos entre os turcos, esses tapetes só passaram a serem reconhecidos na vida religiosa depois que o Islamismo passou a fazer parte da civilização turca, isso por volta do século 8, mas sabe-se que muito tempo antes eles já tinham papel importante entre esses povos, auxiliando especialmente para suportar as baixas temperaturas nos meses de inverno.
Regiões produtoras – as regiões de destaque na produção desses tapetes são: Pérsia, Turquia, Cáucaso, Turquistão, Afganistão, Paquistão, China, Índia, Nepal e ainda a Espanha. Originalmente esses tapetes eram feitos de lã de carneiro e pelos de cabra ou camelo, e só mais tarde passou a ser confeccionado em algodão e seda.
Esses tapetes nem sempre trazem uma mesma característica, mas sabemos que os islamitas condenam uma representação artística com figuras do ser humano ou animais, por isso, em geral, nesses tapetes são vistos os desenhos geométricos.
Já os persas, mesmo sendo da religião islâmica, fazem seus tapetes com detalhes mostrando desenhos tanto de animais como de homens. Mesmo com toda a beleza de detalhes que esses tapetes apresentam ainda os mais famosos conhecidos como tapetes de oração são aqueles que apresentam desenhos simbolizando uma Mesquita.
Crise – no período da Revolução Islâmica em 1979 a produção desses tapetes na Pérsia caiu drasticamente, uma vez que o novo regime proibiu a sua comercialização para fora do Oriente, mas devido a grande importância desse comércio para o oriente, especialmente para a Pérsia, essa proibição caiu por terra, 5 anos mais tarde quando terminou a guerra Irâ-Iraque.
Ainda hoje, mesmo com toda a técnica industrial para a produção desses tapetes, esses tapetes feitos manualmente são comercializados no mundo todo, e ninguém se importa de pagar valores muito altos, pois a beleza de detalhes que eles ainda mostram, com certeza compensa seu valor.
Falsificação – infelizmente, para quebrar o encanto de uma cultura que existe há muitos anos, esses tapetes muito usado nas orações muçulmanas sofrem uma grande concorrência com tapetes falsificados produzidos em outros países, e isso se torna fácil acontecer, uma vez que não existem registros e patentes dos produtos originais.